“Memória do passado é herança a agradecer, a conservar e a valorizar”

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Município de Quitandinha – Histórico


Município de Quitandinha – Histórico

          O nome primitivo de Quitandinha era Areia Branca. Através de pesquisas realizadas com antigos moradores da região, chegou-se à conclusão de que, quando tudo por aqui era sertão, uma família denominada Pretos, entre os quais Carolina Preto, viajando com rudes canoas, subiu o rio da Várzea e adquiriu uma área de terras, à margem direita do referido rio, onde fixou residência.
          Sua área de terras tinha como linha divisória o chamado Arroio da Campina, hoje próximo  à funerária Santa Rita.
          Em seguida outra família, desta vez a família Branco subindo também o rio da Várzea, estabeleceu-se com seus pertences à margem direita do mesmo rio, tendo como linha divisória o Arroio do Turvo, hoje próximo ao poço artesiano que fornece água à nossa cidade.
          Vindo mais tarde Bento dias de Morais à procura de terras, verificou que entre os arroios da Campina e do Turvo existia uma área de terras desocupada, justamente onde se situa hoje a cede do Município de Quitandinha. Bento Dias de Morais adquiriu para si essa área de terras onde construiu sua morada. Sabe-se através dos moradores mais antigos que o quinhão adquirido por Bento Dias de Morais era de 560 alqueires e que se situava entre o rio da Várzea e o rio Caí, hoje divisa com Mandirituba. Não se tem uma data certa para esses acontecimentos, porém se deduz que datam dos meados do século dezenove (1850).
          Com a vinda destes primeiros, outras pessoas foram se instalando nessa região, formando-se assim o primeiro reduto de moradores. A localidade tomou o nome de Areia Branca em razão da cor cristalina das areias deixadas nas margens do rio, por ocasião das cheias.
          Examinando os registros de terras da freguesia de Santo Antonio da Lapa, motivados pela Lei n° 601 de 18 de março de 1850, regulamentada pelo Decreto n°318 de 30 de janeiro de 1854, esclareceram-se um pouco mais as informações de oitiva.
          O Bento encontrado foi Bento Pereira da Silva, que cadastrou em 7 de maio de 1856, no lugar Areia Branca um mato de planta cuja extensão seria de meia légua pouco mais ou menos, este mato achava-se dividindo, a saber,pelo ribeirão do Turvo até certa altura com Delfino de Tal, depois por outro lado por paus em pé e cruz em ditos, com Manuel Branco e com Gregório José da Silva, por outro lado também por paus em pé com Máximo Rodrigues, até uns braços da Areia Branca e até fazer barra na Areia Branca legítima, com gente de Antônio Preto, cujos nomes ignorava e depois passava a Areia Branca cortando a rumo direito até o rio da Várzea onde se fechava.
          Em declaração de Antônio Preto, feita em 26 de maio de 1856, ele disse que possuía na freguesia de Santo Antônio da Lapa no lugar denominado Areia Branca, um mato de planta cuja extensão seria de uma légua pouco mais ou menos, este mato achava-se dividido, a saber, pela barra da Areia Branca e pelo rio da Várzea acima até o ribeirão da Anta Magra até as cabeceiras e daí a rumo do nascente procurando as águas do Caí e por ele acima até garrar outra vertente que divisava com Maria Custódia e por dita vertente acima até as cabeceiras e daqui sempre por um picadão até outra vertente, arroio abaixo dividindo com Máximo Rodrigues, deste a um picadão e dele ao poente até o primeiro ribeirão em principio declarado e por ele abaixo se fechava todo o terreno já acima referido.
          Manuel Branco cadastrou em 24 de janeiro de 1856 um sítio no lugar Espigão Branco com meia légua de comprido e 100 braças de largo, havido por posse havia 18 anos mais ou menos, dividindo com José dos Santos e Tomé de Lima por picadões, por árvores e por marcos até onde teve princípio.
          Em 28 de maio de 1856, Máximo Rodrigues cadastrou terras de planta na Areia Branca, dividia com Bento Pereira Poe um espigão e com José de Lima por outro espigão a bater em um arroio e com o finado Joaquim Faxineiro por águas, extensão mais ou menos de comprimento 200 braças e de largura 100; declarou que comprara este terreno de João José Bernardo e sua mulher.
          Em 23 de abril de 1856, José Joaquim de Lacerda cadastrou terreno nos dois lados da rio da Várzea. Terreno de matos e ervais e capoeiras do outro lado do rio da Várzea (margem esquerda), encostando aos terrenos de Bento Pereira, no lugar Areia Branca, suas confrontações começavam na barra do ribeirão Taquarova, subia pelo rio da Várzea acima até onde fazia barra o ribeirão do salso, divisando com Bento Pereira até certa altura, ao depois com ele declarante e com Antônio Preto e dessa barra subia pelo Salço acima já divisando com Joaquim Colaço até onde estava uma capoeira do mesmo Colaço, e daí subia um espigão abeirando a capoeira, esta servia de divisa até o canto em cima, e do canto seguindo por um picadão ao mesmo rumo indo entremeando com o mesmo Colaço com paus marcados com cruzes até cair no braço até cair no braço do ribeirão da Taquarova e descendo por ele abaixo já divisando com Felício Gonçalves até onde fazia barra no ribeirão Taquarova e descendo por este abaixo já divisando com Joaquim José de Matos até onde fazia barra no rio da Várzea até a barra de onde teve principio as divisas. E do lado de cá do rio da Várzea (margem direita), começando com estes mesmos terrenos entremeio de um rancho que ele tinha na casa de Bento Pereira, estava um marco, e deste marco subia acima direito a rumo de leste mais ou menos, pelos paus... adiante o espigão e depois subia outro, dando volta sofrandeando outro espigão, a cair na ponta de um banhado donde estava outro marco de cerne e seguia abeirando o banhado ao lado esquerdo a cair no ribeirão da Areia Branca, divisa com o mesmo Bento Pereira, descendo pelo ribeirão da Areia Branca a cair no rio da Várzea, divisando com Antônio Preto e descendo pelo rio abaixo até frontear o marco que estava entre as casas, cujo círculo era de ervais, a extensão do outro lado do rio teria mais ou menos de comprimento dois quartos e meio de légua em quadro.
          Rafael de Oliveira Lopes e Joaquim José de Matos também cadastraram terrenos na Areia Branca.













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