Município
de Quitandinha – Histórico
O
nome primitivo de Quitandinha era Areia Branca. Através de pesquisas realizadas
com antigos moradores da região, chegou-se à conclusão de que, quando tudo por
aqui era sertão, uma família denominada Pretos, entre os quais Carolina Preto,
viajando com rudes canoas, subiu o rio da Várzea e adquiriu uma área de terras,
à margem direita do referido rio, onde fixou residência.
Sua
área de terras tinha como linha divisória o chamado Arroio da Campina, hoje
próximo à funerária Santa Rita.
Em
seguida outra família, desta vez a família Branco subindo também o rio da Várzea,
estabeleceu-se com seus pertences à margem direita do mesmo rio, tendo como
linha divisória o Arroio do Turvo, hoje próximo ao poço artesiano que fornece
água à nossa cidade.
Vindo
mais tarde Bento dias de Morais à procura de terras, verificou que entre os
arroios da Campina e do Turvo existia uma área de terras desocupada, justamente
onde se situa hoje a cede do Município de Quitandinha. Bento Dias de Morais
adquiriu para si essa área de terras onde construiu sua morada. Sabe-se através
dos moradores mais antigos que o quinhão adquirido por Bento Dias de Morais era
de 560 alqueires e que se situava entre o rio da Várzea e o rio Caí, hoje
divisa com Mandirituba. Não se tem uma data certa para esses acontecimentos,
porém se deduz que datam dos meados do século dezenove (1850).
Com
a vinda destes primeiros, outras pessoas foram se instalando nessa região,
formando-se assim o primeiro reduto de moradores. A localidade tomou o nome de
Areia Branca em razão da cor cristalina das areias deixadas nas margens do rio,
por ocasião das cheias.
Examinando
os registros de terras da freguesia de Santo Antonio da Lapa, motivados pela
Lei n° 601 de 18 de março de 1850, regulamentada pelo Decreto n°318 de 30 de
janeiro de 1854, esclareceram-se um pouco mais as informações de oitiva.
O
Bento encontrado foi Bento Pereira da Silva, que cadastrou em 7 de maio de
1856, no lugar Areia Branca um mato de planta cuja extensão seria de meia légua
pouco mais ou menos, este mato achava-se dividindo, a saber,pelo ribeirão do
Turvo até certa altura com Delfino de Tal, depois por outro lado por paus em pé
e cruz em ditos, com Manuel Branco e com Gregório José da Silva, por outro lado
também por paus em pé com Máximo Rodrigues, até uns braços da Areia Branca e
até fazer barra na Areia Branca legítima, com gente de Antônio Preto, cujos
nomes ignorava e depois passava a Areia Branca cortando a rumo direito até o
rio da Várzea onde se fechava.
Em
declaração de Antônio Preto, feita em 26 de maio de 1856, ele disse que possuía
na freguesia de Santo Antônio da Lapa no lugar denominado Areia Branca, um mato
de planta cuja extensão seria de uma légua pouco mais ou menos, este mato
achava-se dividido, a saber, pela barra da Areia Branca e pelo rio da Várzea
acima até o ribeirão da Anta Magra até as cabeceiras e daí a rumo do nascente
procurando as águas do Caí e por ele acima até garrar outra vertente que
divisava com Maria Custódia e por dita vertente acima até as cabeceiras e daqui
sempre por um picadão até outra vertente, arroio abaixo dividindo com Máximo
Rodrigues, deste a um picadão e dele ao poente até o primeiro ribeirão em
principio declarado e por ele abaixo se fechava todo o terreno já acima
referido.
Manuel
Branco cadastrou em 24 de janeiro de 1856 um sítio no lugar Espigão Branco com
meia légua de comprido e 100 braças de largo, havido por posse havia 18 anos
mais ou menos, dividindo com José dos Santos e Tomé de Lima por picadões, por
árvores e por marcos até onde teve princípio.
Em
28 de maio de 1856, Máximo Rodrigues cadastrou terras de planta na Areia
Branca, dividia com Bento Pereira Poe um espigão e com José de Lima por outro
espigão a bater em um arroio e com o finado Joaquim Faxineiro por águas,
extensão mais ou menos de comprimento 200 braças e de largura 100; declarou que
comprara este terreno de João José Bernardo e sua mulher.
Em
23 de abril de 1856, José Joaquim de Lacerda cadastrou terreno nos dois lados
da rio da Várzea. Terreno de matos e ervais e capoeiras do outro lado do rio da
Várzea (margem esquerda), encostando aos terrenos de Bento Pereira, no lugar
Areia Branca, suas confrontações começavam na barra do ribeirão Taquarova,
subia pelo rio da Várzea acima até onde fazia barra o ribeirão do salso,
divisando com Bento Pereira até certa altura, ao depois com ele declarante e
com Antônio Preto e dessa barra subia pelo Salço acima já divisando com Joaquim
Colaço até onde estava uma capoeira do mesmo Colaço, e daí subia um espigão
abeirando a capoeira, esta servia de divisa até o canto em cima, e do canto
seguindo por um picadão ao mesmo rumo indo entremeando com o mesmo Colaço com
paus marcados com cruzes até cair no braço até cair no braço do ribeirão da
Taquarova e descendo por ele abaixo já divisando com Felício Gonçalves até onde
fazia barra no ribeirão Taquarova e descendo por este abaixo já divisando com
Joaquim José de Matos até onde fazia barra no rio da Várzea até a barra de onde
teve principio as divisas. E do lado de cá do rio da Várzea (margem direita),
começando com estes mesmos terrenos entremeio de um rancho que ele tinha na
casa de Bento Pereira, estava um marco, e deste marco subia acima direito a
rumo de leste mais ou menos, pelos paus... adiante o espigão e depois subia
outro, dando volta sofrandeando outro espigão, a cair na ponta de um banhado
donde estava outro marco de cerne e seguia abeirando o banhado ao lado esquerdo
a cair no ribeirão da Areia Branca, divisa com o mesmo Bento Pereira, descendo
pelo ribeirão da Areia Branca a cair no rio da Várzea, divisando com Antônio
Preto e descendo pelo rio abaixo até frontear o marco que estava entre as
casas, cujo círculo era de ervais, a extensão do outro lado do rio teria mais
ou menos de comprimento dois quartos e meio de légua em quadro.
Rafael
de Oliveira Lopes e Joaquim José de Matos também cadastraram terrenos na Areia
Branca.
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